“Qualquer uma das hipóteses é possível. Sempre.” entrevista con Eli Ríos
A cuarta dunha serie de entrevistas co/as poetas da editora Urutau.
por Silvia Penas Estévez
A poesía é unha forma de ver o mundo?
A poesia é uma forma de habitar o mundo.
Cando escribes pensas nunha lectora/lector imaxinaria/o? O que escribes vese afectado por iso?
Não, penso numa pessoa lectora real. Na pessoa que vai lá passar as páginas e tento estabelecer um diálogo com essa pessoa futura desde o presente da escrita com a certeza de que vai ler um texto escrito no passado. Por isso, a escolha das palavras, do tema, etc, sempre tem a ver com que está do outro lado do poema.
Cres que hai un lectorado de poesía ou que se cumpre esa idea de que os poetas se len entre si unicamente?
Acho que as pessoas que escrevem poesia também leem muita poesia,mas os números de vendas indicam duas possibilidades: ou a gente que escreve compra o mesmo livro muitas vezes ou há um lectorado de poesia muito activo. A minha experiência nos clubes de lectura, por exemplo, diz-me que a poesia está muito viva e é um género que chega a todas as faixas etárias.
Que opinas sobre as redes sociais como difusoras de arte, recitais etc.?
É uma ferramenta necessária mas também prescindível. E ai temos o exemplo de Tempo fósil de Pilar Pallarés. A autora não tem redes sociais e o poemario foi Premio Nacional de Literatura.
O teu poema aparece como algo súpeto, que golpea e sae dunha maneira explosiva e rápida ou é un proceso máis pausado e longo?
O proceso de composição é demorado e mesmo muito longo, mas o da escrita foi, no caso deste poemario, muito rápido como marca o ritmo do verso.
Este libro, Se calhar não é o tempo o que importa, en concreto como xurdiu? Onde ou en que dirías que ten o seu xermolo?
Nalguma ideia que atravessou os meus miolos e enraizou lá dentro.
7. Cal é o teu verso favorito do libro (transcríbeo, por favor) ? Poderías explicar por que?
Qualquer uma das hipóteses é possível.
Sempre.
Porque há vidas mais baratas
mas não gostamos delas.
Nem sequer entram na contagem.
Porque há um monte de possibilidades mas só pegamos naquela que nos faz felices.
8. Como coñeciches a Editora Urutau?
Numa livraria soube do Fronteira Paraíso de Silvia Penas Estévez e conheci a editorial. Depois, fui lá ver que outros poemarios tinha e gostei do catálogo.
9. Algunha observación que queiras engadir?
Sim. Uma das coisas das que mais gosto da publicação deste livro é que está numa editora que dialoga com as poéticas de diferentes espaços, autorias de diferentes épocas, etc Adoro esta conversa poética sem fronteiras!
Eli Ríos
nasceu en Londres mas, ao pouco tempo, regressou ás terras de Ordes nas que pasou a súa infância. Depois dum periplo por diversos territorios da lusofonia, instalou-se ao pé do Castro de Elvinha.